sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sonho Bom

Você trocou de tempo e de amor, de música e de ideias (...) mas em si, nada vai mudar (8)

E do inesperado enfim, surge-me azul um céu de estrelas.
E é sua boca, seus olhos e o final dado por mim;
E é o grito, o escárnio e a dor que eu jurei não sentir
E não sinto, não me tem.

E eu ouvi outra vez as mesmas palavras com vozes distantes e novas.
E eu ouvi dizer que existe um mundo lá fora diferente de tudo que tenho dentro de mim;
E talvez eu vá buscar, algo que já não me jure perdão e sim sutilezas.
Alguém de vermelhos e imaginação que vem saído de algo mais que só um sonho bom.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Meu Socorro

E agora chove em mim.
Agora chove, e não foi você.
Agora chove e eu vejo o sinal de uma estranha, a qual me pego seguindo conselhos.
Agora chove lá fora e há mais alguém a me esperar nesse lugar que também era seu.
Agora chove e não te busco no fim.
Chove, chove e chove e é só a minha alma que foi salva dessa imensidão a qual me enfiou. Onde me procuro em fagulhas de desespero suas. Que, agora, o único sentimento que me trazem é de dó ou de perdão. Sim, piedade pelo que não viveu, ou pelo o que sentiu. Ela te faz falta e eu não posso te tirar disso. É o que você busca ter. E o que me disponho a dar. E talvez, você não saiba mais, mas ela também sente a dor de tudo o que houve. Mas pra ela é diferente, é raiva por não tê-la salvado, enquanto nem a si mesmo consegue salvar. É paixão de quando insuficiente se torna tudo o que passou. E você... aah, você quer mais, quer ela, seu rosto, seu corpo e seus gritos. Só não busca sua fiança e os berros de insegurança que já não ouve mais. E tenta seguir em algo que me fere, e ao meu ego... piedade. Porque é assim que me dói. Uma dor mansa de quem não acredita nos olhos, mas te come buscando outra saída que não seja minha vontade só. E você grita minha indiferença e sussurra socorro. E eu me calo sua indiferença e te grito socorro. De uma salvação que sempre nos foge porque não a queremos. De noites que gritam nosso corpos propensos. E das manhãs que nos voltam a gargalhar, prepotentes, pelo que sabem não poder nos dar.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

" Mas se você olhar vai ver
que tudo está errado
porque ao seu lado
não existe um lugar para mim... "

domingo, 13 de novembro de 2011

Das Duas Às Cinco

É o escuro. E a lembrança. Meus olhos escorriam e eu nem ao menos via os seus.
Quente, frio, ou seja lá mais o que exista, quando foi que esqueci o que senti?
O fato é que é só meu, o que fato é que é só nosso. E que ninguém mais vai lembrar. Ou mais ninguém pode sentir. Os dedos. Os ombros. Sua boca. A minha. E a madrugada em que fugi. De mim mesma. Da casa. Da vida. E me deixei ser, só sentidos. E até meus sentimentos resolvi que devia esquecer. Mas só de tentar, me lembro. E me lembrei aqui, depois de você, depois de mim. Depois do que não consegui abandonar. Do que descobri não ter. Do que sinto falta de ouvir. Do que nunca cheguei a te dizer. Me lembrei do que eu quero. Me lembrei de tudo mais. Eu quero o mundo e algo assim. E aqui estamos, só nós dois. Ou só eu e só você. A sós. Querendo encontrar de novo algo que nos dê sentido e não nos abandone. E nos faça mais uma vez tudo aquilo que um dia quisemos ser.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

É o som da água caindo. É o seu sorriso que não me diz nada, mas vive cantando por aí algo que me faz lembrar.

Sonho

Castanho claro. Dourado. Loiro escuro. Meus dentes brancos. Seus movimentos toscos. Suas frases sem significado. Seus amigos bobos. Suas costas. E eu de longe. Passos firmes. Minha concentração desatenta. A ti vejo, ao mundo sinto. Olhares ignoro. Presenças despresentes. Sorrisos dessorridos. Te toco, te esbarro. Seus olhos. Os meus. Meus lábios, os teus. Um beijo. Um abraço. Te olho, me vejo. Eu saio, não viro. O que me prendia ali se foi. Te busco em mim, me encontro. Ar puro, os olhos. Escuro. Eu vejo. A luz que vem. São as pálpebras que abro. Eu sinto. O vento. O céu. E todas as estrelas que nunca vou entender.

Junto com o cinza da gente

E lá vou eu mais uma vez perdida entre discursos vazios e sorrisos despidos de qualquer sentimentalismo. Talvez todos esses ensaios de vida, sirvam ao menos pra convencer plásticos envaidecidos por seus movimentos toscos de que valha a pena existir por acaso. Mas tantos faz, seus olhos esvaídos por preocupações pueris não te deixariam enxergar o que quer que seja que eu queira dizer. E eu que não consigo te esquecer...