domingo, 24 de abril de 2011

Pois é...

Quem inventou a escada rolante? Degraus que se movem. E depois falam de loucura. Pessoas subindo e descendo em escadas rolantes, elevadores, dirigindo carros, tendo portas de garagem que se abrem ao tocar de um botão. Depois elas vão para as academias queimar a gordura. Daqui a 4.000 anos, não teremos mais pernas, nos arrastaremos sobre nossas bundas, ou talvez só rolemos como tumbleweeds. Cada espécie destrói a si mesma. O que matou os dinossauros foi que eles comeram tudo à sua volta e depois tiveram que comer uns aos outros e com isso só um restou e o filho da puta morreu de fome. - Bukowski

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Diz a verdade que eu quero ouvir

Diz, diz que é verdade. Inventa. Convence. Seduz. Sorri. E vem. Vem que também quero acreditar. Me espere chegar bem perto. Me espere de sobrancelha erguida. Me espere já sabendo o que dizer. E diga. Derrame tudo de novo. Depois pare. Me deixe rir. Me deixe ver. Me deixe sentir toda a pena que pra você é perdão. E então me deixe dizer o quanto você conta de uma boneca a qual inventou. Do quanto não existe a importância que agora te importou. Do quanto eu posso continuar sorrindo, independente do que você diga.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

" Mas homem de verdade
não se faz só com palavras."

Hoje foi só realidade

Acordei. Sim, hoje não foi cinismo, não foi cansaço, não foi doidera. Hoje foi só realidade. Vai ver até decepção.
Hoje senti pena, senti perda, senti perdão.
Hoje me disse que tudo mudou e que eu não deveria mudar. Mas que sem mudar, acabei mudando. Que sem querer, acabei fazendo. Que sem buscar, encontrei.
Hoje vi mentiras mais verdadeiras que todas as verdades que eu possa afirmar. Hoje vi uma só que se tornou um monte. Hoje eu me vi um monte. E quis o monte virando montanha e implodindo em mim de novo. Mas montanha não implode, e eu de uma, convivo comigo mesma. Um eu que não pude nem ao menos criar. Um eu que história minha não tem, que não me lembra, que não existe em mim. Um eu que tem vindo a minha frente e mesmo assim tem conseguido me atropelar. E eu de pena, continuo a observar cordas e mais cordas se enrolando. E eu de boba, continuo deixando o fio se desenrolar. Desenrolando o carretel inteiro um dia a fita acaba, um dia se assopra a palha, um dia a casa cai. E eu de lobo derrubo, e eu de vermelho também sou devorada. E não importa, a ciranda continua misturando os personagens. Um dia chego ao fim. Quem sabe eu, quem sabe alguém, quem sabe o que inventaram de mim.