É o escuro. E a lembrança. Meus olhos escorriam e eu nem ao menos via os seus.
Quente, frio, ou seja lá mais o que exista, quando foi que esqueci o que senti?
O fato é que é só meu, o que fato é que é só nosso. E que ninguém mais vai lembrar. Ou mais ninguém pode sentir. Os dedos. Os ombros. Sua boca. A minha. E a madrugada em que fugi. De mim mesma. Da casa. Da vida. E me deixei ser, só sentidos. E até meus sentimentos resolvi que devia esquecer. Mas só de tentar, me lembro. E me lembrei aqui, depois de você, depois de mim. Depois do que não consegui abandonar. Do que descobri não ter. Do que sinto falta de ouvir. Do que nunca cheguei a te dizer. Me lembrei do que eu quero. Me lembrei de tudo mais. Eu quero o mundo e algo assim. E aqui estamos, só nós dois. Ou só eu e só você. A sós. Querendo encontrar de novo algo que nos dê sentido e não nos abandone. E nos faça mais uma vez tudo aquilo que um dia quisemos ser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário