sábado, 12 de março de 2011

E vem como o mar...

O cabelo sujo, mas era só água... água dos seus olhos a me escorrer.
Água que nem vi passar. Mas que carregou barco em correnteza.
Olhos de ressaca... os meus, os seus... os olhos... que olhos?
Pés descalços, minha nudez quase sua.
Sombras bastardas, e quem liga pra elas?
Passos leves, o peso de seu corpo ao lado meu.
- Eu... que bom te encontrar.
- Espera, não fala. Antes eu preciso...
Curvas ao som do mar. Uma corrida, um mergulho, um sorriso. E você vem, lavar a alma. Sem bordões, motivos ou pretextos. Levar o grunhido soluçante de boates. O cheiro forte de pessoas à procura de um disfarce. As perguntas de vitrola, sempre as mesmas ao som de hits. Piscar de luzes e escuridão de almas. Pouca importância... Afinal, quem quer saber aonde moro? Foda-se a minha universidade ou o que vou fazer no carnaval. E a cor? E a televisão de madrugada? E a canção que não sai da cabeça? Vem me consolar, vem de novo pra eu saber do seu dia, vem que todo papo parece fútil e nada especial.

Vem que a praia de manhã não foi feita pra uma pessoa só...

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