Foi hoje, quando bati na porta errada, quando eu vi a porta aberta, quando foi você quem abriu. Quando não foram seus olhos, mas meu peito que saltou para longe e não quis te encarar. E as palavras grudaram, teias em minha mente. E algo de você grudado em mim. E eu que só quis fugir... E eu que só quis correr... Mas já nem sei pra onde. E já nem sei de que...
De repente só queria aquele abraço e o beijo de despedida, leve, intenso, meu. E o sorriso bobo, e o olhar profundo. Olhos que meu lápis desenhou. Boca que me disse gostar, gostar do olhar, gostar da mão, gostar de quem riscou. Mas que tola, também deixei escapar. Por que tem que ser assim? Tão meu, tão dela. Tão longe...
E você? Que me fez sentir medo? Que me fez querer de novo a casa? Que me fez querer de novo outubro... E eu que já tinha esquecido... E ele que já nem sabe mais de quem é...
E agora assim, frio, pés, madrugada e meu sono distante que insiste em escapar. E o pesadelo de te ver nos sonhos, e a raiva dele nunca estar lá pra me salvar. E a raiva de continuar aqui, e a raiva de qualquer um que não sabe nem ao menos conversar... E o filme? E a melodia? E aquela tarde? E o sol que se foi com o céu lilás, e as mãos juntas naquela mesa de jantar, e não sei quem perguntando como ela estava... E eu que nunca nem beijei. E o beijo que queima em meu pescoço. E o 'e se' que nem me segue por aí... E o ciúmes que ela nem tem motivo pra sentir... E o pra sempre dura quanto? E aquela música que eu nem vi terminar... Canta?
Triste e bonito.
ResponderExcluirE aquele velho desconcerto ao ver um antigo amor.